Publicado em 1925, Mrs. Dalloway é um dos romances mais inovadores de Virginia Woolf e um marco do modernismo literário. A história se passa em um único dia na vida de Clarissa Dalloway, uma mulher da alta sociedade londrina que está organizando uma recepção em sua casa.
Enquanto Clarissa caminha por Londres e faz os preparativos para a festa, sua mente vagueia entre lembranças do passado e reflexões sobre a passagem do tempo, o amor e as escolhas que fez na vida. Paralelamente, o romance acompanha Septimus Warren Smith, um veterano da Primeira Guerra Mundial atormentado por traumas e depressão.
Ao longo do livro, Woolf constrói um retrato profundo da psique humana, explorando as conexões invisíveis entre os personagens e os dilemas existenciais de cada um.
Título em Português: Mrs. Dalloway
Autor: Virgínia Woolf
Ano de Publicação: 1925
Gênero Literário: Romance Modernista
Páginas: 240 páginas
Editora: Penguin-Companhia (português)
Clarissa Dalloway
Protagonista do romance, uma mulher refinada que reflete sobre o sentido da vida e suas escolhas passadas.
Septimus Warren Smith
Ex-soldado traumatizado pela guerra, representando o sofrimento psicológico e a alienação.
Peter Walsh
Antigo amor de Clarissa, que ainda guarda sentimentos por ela e questiona suas próprias escolhas.
Sally Seton
Amiga de juventude de Clarissa, símbolo de um passado mais livre e apaixonado.
Richard Dalloway
Marido de Clarissa, um político pragmático que representa a estabilidade e a conformidade.
Virginia Woolf utiliza a técnica do fluxo de consciência, permitindo que os pensamentos dos personagens fluam livremente, sem interrupções. O livro não segue uma narrativa linear tradicional, mas sim um estilo introspectivo e fragmentado, imitando o modo como a mente humana funciona.
A linguagem de Woolf é lírica e sensorial, cheia de metáforas e descrições que criam uma atmosfera envolvente e subjetiva.
O romance se passa em 1923, logo após a Primeira Guerra Mundial, um período marcado por mudanças sociais, questionamentos sobre os valores tradicionais e o avanço da psicanálise.
Mrs. Dalloway reflete as angústias da sociedade britânica pós-guerra, abordando temas como depressão, repressão emocional, feminilidade e o papel das convenções sociais. O livro também dialoga com o feminismo, questionando as limitações impostas às mulheres da época.
Ler Mrs. Dalloway foi uma experiência intensa e contemplativa. Diferente dos romances tradicionais, a obra não tem grandes acontecimentos ou reviravoltas, mas sim um mergulho profundo na mente dos personagens, especialmente de Clarissa e Septimus.
O que mais me impactou foi a fragilidade da felicidade. Clarissa tem tudo o que a sociedade considera ideal – status, um casamento respeitável e uma vida confortável – mas ainda se sente insatisfeita. Seu questionamento sobre o passado e o que poderia ter sido me fez refletir sobre como, muitas vezes, olhamos para trás e nos perguntamos se fizemos as escolhas certas.
Outro ponto marcante foi a relação entre Clarissa e Septimus, que, apesar de nunca se encontrarem, estão conectados pelo tema da solidão e da existência. Septimus representa a incapacidade de se adaptar ao mundo após a guerra, enquanto Clarissa, por trás de sua aparência perfeita, também luta contra um vazio interno. Essa dualidade me fez pensar sobre quantas pessoas escondem suas dores sob uma máscara de normalidade.
Além disso, a escrita de Woolf é um espetáculo à parte. A forma como ela mistura memórias, sensações e pensamentos me envolveu completamente, criando uma leitura quase hipnótica. Mesmo os momentos mais simples – como Clarissa comprando flores ou olhando pela janela – carregam um peso emocional profundo.
Recomendo Mrs. Dalloway para quem aprecia leituras introspectivas e filosóficas. É um livro que exige atenção, mas que recompensa o leitor com uma visão fascinante sobre a mente humana, a passagem do tempo e os limites da felicidade.
Se você gostou de Mrs. Dalloway, pode se interessar por:
1.O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence
Outra obra modernista que explora a repressão emocional e os desejos proibidos.
2.O Som e a Fúria, de William Faulkner
Um romance que também utiliza o fluxo de consciência para explorar os dramas de uma família decadente.
3.Para o Farol, de Virginia Woolf
Outra obra-prima de Woolf, aprofundando temas como tempo, memória e relações familiares.
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