1808, de Laurentino Gomes, publicado em 2007, é um livro de não ficção que narra a fuga da família real portuguesa para o Brasil em 1808, em meio à invasão de Napoleão a Portugal. A obra explora como essa mudança inesperada transformou o Brasil, impulsionando seu desenvolvimento e preparando o terreno para a independência anos depois.
A chegada da corte ao Rio de Janeiro trouxe mudanças drásticas: abertura dos portos às nações amigas, criação de instituições culturais e administrativas, e um avanço significativo na infraestrutura da colônia. No entanto, junto com o progresso, vieram o autoritarismo, o nepotismo e a desigualdade social, marcas que permaneceriam na política brasileira por muito tempo.
Laurentino Gomes constrói uma narrativa envolvente, repleta de detalhes históricos e personagens fascinantes, como Dom João VI, um monarca excêntrico, mas estrategista; Carlota Joaquina, sua esposa ambiciosa; e figuras políticas que moldaram o destino do Brasil. A obra combina rigor histórico com uma leitura fluida e acessível, tornando-se um dos livros mais populares sobre a história brasileira.
Mais do que um relato sobre a fuga da monarquia portuguesa, 1808 nos ajuda a compreender as origens das estruturas políticas e sociais que ainda influenciam o Brasil contemporâneo.
Título em Português: 1808
Autor: Laurentino Gomes
Ano de Publicação: 2007
Gênero Literário: História do Brasil
Páginas: 384 páginas
Editora: Globo Livros (português)
Dom João VI
Rei de Portugal, conhecido por sua prudência e hesitação, mas que soube garantir a sobrevivência do trono português.
Carlota Joaquina
Rainha ambiciosa e polêmica, desejava governar territórios na América do Sul.
Príncipe Dom Pedro
Jovem herdeiro do trono, que mais tarde proclamaria a independência do Brasil.
Lord Strangford
Diplomata britânico fundamental para a vinda da corte ao Brasil.
Napoleão Bonaparte
Imperador francês cuja ameaça forçou a fuga da família real.
Laurentino Gomes utiliza uma linguagem clara e acessível, sem perder o rigor da pesquisa histórica. Seu estilo lembra o de um romance, tornando a leitura envolvente, mesmo para quem não tem familiaridade com história. Além disso, o autor intercala relatos históricos com curiosidades, cartas e documentos da época, dando dinamismo ao texto.
A vinda da corte para o Brasil em 1808 marcou o início de uma nova fase para a colônia. O país, que até então era visto apenas como fornecedor de riquezas para Portugal, começou a se estruturar como uma nação independente. A presença da monarquia acelerou processos como a urbanização, a burocratização do Estado e a autonomia econômica.
Ao mesmo tempo, o período reforçou as desigualdades e manteve práticas arcaicas, como a escravidão e a concentração de poder nas mãos da elite. Esses elementos se tornaram heranças que o Brasil carregaria ao longo de sua história.
Ler 1808 foi como assistir a um grande drama político cheio de intrigas, traições e reviravoltas. O que mais me impressionou foi perceber como a fuga da família real para o Brasil aconteceu mais por desespero do que por estratégia – Portugal estava à beira do colapso e Dom João VI fugiu no último momento possível.
Outro ponto marcante foi a dualidade da corte portuguesa: por um lado, trouxe modernização e instituições importantes; por outro, manteve velhos vícios do absolutismo, como a corrupção e o clientelismo, que ainda hoje fazem parte da política brasileira.
Além disso, o contraste entre o modo de vida europeu e as condições do Brasil colonial é fascinante. A corte precisou se adaptar a uma terra quente, cheia de doenças tropicais, e isso gerou situações inusitadas e até cômicas.
Recomendo 1808 para quem quer entender melhor a formação do Brasil, pois mostra como os acontecimentos desse período ainda repercutem na nossa sociedade atual.
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Continuação de 1808, aborda a independência do Brasil e os desafios enfrentados por Dom Pedro I.
2.Brasil: Uma Biografia, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling
Um panorama da história do Brasil desde a colônia até os dias atuais.
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