Publicado entre 1875 e 1877, Anna Kariênina é um dos romances mais grandiosos da literatura mundial. Liev Tolstói tece uma narrativa profunda sobre amor, traição, moralidade e a sociedade russa do século XIX. A história acompanha Anna Kariênina, uma mulher casada que se apaixona pelo charmoso oficial Vronski e inicia um caso extraconjugal que a levará ao conflito entre paixão e dever.
Paralelamente, o romance segue a trajetória de Konstantin Liévin, um aristocrata idealista que busca sentido na vida através do trabalho no campo, da filosofia e do amor verdadeiro. Seus dilemas existenciais servem como contraponto à história de Anna, abordando temas como religião, política e a busca pela felicidade genuína.
Ao longo do livro, Tolstói expõe a hipocrisia da sociedade russa, que condena as mulheres adúlteras enquanto perdoa os homens que cometem os mesmos atos. A história culmina em um desfecho trágico, tornando Anna Kariênina uma reflexão poderosa sobre as consequências das escolhas humanas.
Título em Português: Anna Kariênina
Autor: Tolstói
Ano de Publicação: 1877
Gênero Literário: Romance Realista
Páginas: 808 páginas
Editora: Companhia das Letras (português)
Anna Kariênina
Mulher casada, bela e carismática, cuja paixão proibida por Vronski a leva à ruína.
Alexei Kariênin
Marido de Anna, um burocrata rígido e moralista que prioriza sua reputação sobre seus sentimentos.
Vronski
Jovem oficial do exército, impulsivo e apaixonado, mas incapaz de compreender totalmente Anna.
Konstantin Liévin
Aristocrata idealista, cujo desejo por uma vida simples e autêntica o coloca em contraste com a sociedade.
Kitty Shcherbátski
Jovem romântica, inicialmente apaixonada por Vronski, mas que encontra felicidade ao lado de Liévin.
Stepan Oblonski
Irmão de Anna, mulherengo e bon vivant, representa a hipocrisia masculina da sociedade.
A escrita de Tolstói é envolvente, detalhada e repleta de descrições psicológicas profundas. Ele utiliza o discurso indireto livre, permitindo ao leitor mergulhar nos pensamentos dos personagens sem a necessidade de um narrador onisciente tradicional.
O romance equilibra momentos de intensa emoção com reflexões filosóficas sobre a vida, o casamento e a moralidade, criando uma leitura densa, mas extremamente recompensadora.
Tolstói escreveu Anna Kariênina em um período de grandes transformações na Rússia, quando ideias liberais e conservadoras entravam em conflito. O romance reflete o embate entre tradição e modernidade, ilustrado na vida de Liévin e sua busca por um significado fora dos padrões aristocráticos.
Além disso, a obra critica a hipocrisia da sociedade patriarcal, que condena mulheres por transgressões que são socialmente aceitas para os homens. Essa crítica faz com que Anna Kariênina permaneça relevante até hoje.
Ler Anna Kariênina foi uma experiência emocionalmente intensa. O romance não apenas narra um drama amoroso, mas mergulha nos dilemas morais e filosóficos dos personagens de forma magistral.
O que mais me impactou foi a tragédia de Anna. Desde o início, fica claro que ela está presa entre suas emoções e as expectativas da sociedade. Seu relacionamento com Vronski começa como uma paixão avassaladora, mas, conforme a história avança, percebemos que o amor entre eles não é suficiente para sustentar a felicidade. O desespero e a solidão de Anna são quase palpáveis, tornando sua trajetória dolorosa de acompanhar.
Outro aspecto fascinante foi o contraste entre Anna e Liévin. Enquanto Anna busca felicidade na paixão, Liévin encontra sentido na simplicidade da vida no campo e no amor familiar. Seu questionamento sobre Deus, trabalho e propósito adiciona profundidade à narrativa, e suas reflexões filosóficas me fizeram pensar sobre a diferença entre uma vida movida pela emoção e outra guiada pela razão e pelo dever.
Além disso, a crítica social do livro é extremamente atual. Tolstói expõe como a sociedade julga mulheres com muito mais severidade do que homens, algo que ainda vemos nos dias de hoje. A hipocrisia dos personagens secundários, que condenam Anna enquanto vivem vidas moralmente questionáveis, me fez refletir sobre os julgamentos precipitados que a sociedade impõe sobre aqueles que desafiam normas estabelecidas.
Recomendo Anna Kariênina para qualquer leitor que queira uma história profundamente humana, repleta de reflexões sobre amor, moralidade e o sentido da vida. É um livro que nos ensina sobre os riscos das paixões desenfreadas, mas também sobre a beleza da simplicidade e da honestidade consigo mesmo.
Se você gostou de Anna Kariênina, pode se interessar por:
1.Madame Bovary, de Gustave Flaubert
Um romance sobre uma mulher que busca um amor idealizado, apenas para ser destruída por suas ilusões.
2.O Vermelho e o Negro, de Stendhal
História de um jovem ambicioso que busca ascensão social através da sedução e manipulação.
3.Os Irmãos Karamázov, de Fiódor Dostoiévski
Uma profunda reflexão sobre moralidade, livre-arbítrio e religião.
Adaptação Audiovisual:
Anna Kariênina foi adaptado diversas vezes para o cinema. A versão mais conhecida é:
Anna Karenina (2012) – Versão estilizada estrelada por Keira Knightley, com fotografia impressionante.
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